correspondências
As minhas malas tão vindo boiando. Das profundezas do mar do inconsciente, chegam boiando de onda em onda até a beira da areia. Tá sendo bonito e doloroso puxar elas pra dentro, acolher num lugar de conforto o peso das malas. Abrir uma por uma. Algumas vem com lembranças passadas de momentos de dor & sofrimento que fizeram pele em cima sem curar ferida. Daí aquele movimento de esfregar, lavar tudo com a água salgada do mar pra fazer secar e cicatrizar. Outras malas vem de vidas futuras e vidas passadas. Com mapas, orientações, instrumentos que nem sempre sei usar mas vou tentando até descobrir qual a melhor maneira.

Eu nunca me senti tão bem. Também nunca tive momentos tão dolorosos e difíceis. Oscilando entre a clareza e a confusão absoluta. A comunicação com as outras dimensões tem rolado bem. Sido fundamentais, os guias estão generosos comigo e me mostrando que eu tenho dentro de mim tudo que preciso pra lidar com os desafios que se colocam no caminhar. Tenho tudo que preciso pra me desfazer de mim mesmo e dar espaço pro que de mim eu não conheço. Harmonização entre passado presente futuro, todos os tempos tão dobrados. Atravessando essa floresta escura, enxergando pouco e sentindo muitos cheiros e ouvindo incontáveis barulhos, eles confundem e guiam também. O silêncio só existe lá dentro de mim quando aprendo a acolher meus ruidos. Me desfazendo e refazendo tudo junto ao mesmo tempo tô caminhando dando passos tranquilos. E as vezes sentando numas pedras pra descansar.

(sem data, sem nome)